Prece da vingança
Nunca sou o que acredito ser,
Mas uma força arrasta meu corpo
Embarga minha voz:
Cruzo o limite da razão roendo meus medos.
A verdade de um caule envergado e uma flor murcha
É a mesma estranha que borrifa motivação;
Não tenho tanta humanidade
Tem dias que sinto vontade de carne humana,
Tem horas que me apego ao vazio.
Decoro orações e repito-as,
Não por crer, mas para ter o que falar
E para quem falar.
Deus sempre foi meu confidente,
Talvez não acredite nele, mas ele me escuta,
Porque alguém tem que me escutar.
As margens do perigo eu olho para todos
Vejo-me um pouco no desespero de cada um,
Reparo no mal que faz: pessoas.
Amordaço meu inimigo com doce,
Consigo ser melhor para ele
Apenas
Para estar próximo,
Não sei ser diferente,
Prefiro limpar o suor a sangue.
Custa caro a paz de cada dia,
Tolos os que conseguem o pão,
Melhor tranqüilidade a barriga cheia.
Não desejo a morte!
Prefiro assistir sua queda diante de meus pés,
Com as súplicas nas mãos,
Com o olhar pedindo perdão,
Com o corpo indefeso e arranhado das chagas...
Tem dias que sinto vontade de carne humana.
(Ribeirão Preto, 27 de novembro de 2009)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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