sábado, 23 de fevereiro de 2008

Olha lá quem vem do lado oposto... (Los Hermanos)




Vejo poucos, mas continuo enxergando. Falo aos poucos, mas continuo falando... somos nós que centralizamos as verdades e condecoramos a hipocrisia?



Poucos são os braços que mantêm a posição: equilíbrio.Confesso que os meus estão cansados e erguer meus dias estão bem trabalhosos. Levantar meu pensamento é um sacrifício e ao redor... meu caderno pautado vazio, meu diário eletrônico mudo, pelado, severo comigo.Não pense que faltam palavras porque essas quebram em praia deserta e paradisíaca, o que há???Uma solução indigesta de indícios de mediocridade em turvos objetos incapazes de reluzir a verdade que insiste em iluminar meu caráter. Tenho sede de adentrar em vidas remotas e descobrir o lençol sobre sol das manhãs. Não concordo com a vida que é citada nas manchetes, mas minhas notícias não são lidas... sinto-me escrito por transparência.Não tenho o dito equilíbrio tão recomendado por especialista, pois em meu mundo os especialistas cometem enganos e os terapeutas procuram fazer análise e eu incito uma diversidade absoluta e desregrada capaz de confundir ao próprio criador.Levantar para onde quer que seja é capaz de consumir minha última força que é produzida, mas não armazenada em meu corpo lúdico. Tenho sérios distúrbios obsessivos de consertar o mundo, de fazer algo de bom para a humanidade.Repare em meu sorriso prevenido, estancado, quase um grave entre os agudos temáticos que formam o coro. Causo incompreensão, acredite.Espero não destronar os arbustos da vaidade humana em eleger os ditos preferidos e matar os tolos infelizes que não se enquadram no estereótipo do inconsciente coletivo.Equilíbrio é para os poucos loucos que conseguem respirar a merda que somos obrigados a inalar, enquanto nos desrespeitamos continuamente.



Cortejo fúnebre

De repente um pouco passa entre nossos dedos,
Acompanhado de impotência e sentamos na primeira fila
Para assistirmos o drama anunciado.
A morte é um aborto espontâneo ou provocado?
A morte é o resumo de onde conseguimos chegar,
Uma estação vazia
De um lugar, por todos, abandonado.
Pouco se fala por questão ética,
Melhor não tocarmos no assunto?
A morte é um clichê, um bordão, quem sabe?
Um desfecho para o grande palco da vida...
Sejamos capazes de acompanharmos o cortejo...
A vida pare a morte
Amordaçando o amor
Alimentando a saudade.

(Rio, 22 de fevereiro de 2008)

4 comentários:

Marcos Seiter disse...

Bah, irmão, senti o seu perfeito desgosto com essa doença que contamina muitos de todos nós desde 68.

A poesia, tua escrita transparente é proibida de ser proibida.

Estamos nessa irmão!!!


Um grande abraço pra ti!

Com carinho!!!



Marcos Ster

BABI SOLER disse...

Lendo seu texto senti uma vontade enorme de gritar.
Posso,rs?

Kari disse...

Uma bela poesia.
Ah! A morte... já tema de tantos poemas. Algo tão simples e para alguns tão apavorante. Algo pequeno e não apenas um fim... Enfim...

Beijos e saudades de tu!

Kari disse...

Ah não moçinho!
Não agradeçe por eu vir aqui, que fica parecendo uma obrigação...
Nada disso! Venho e comento aqui pois gosto do que leio e tenho um carinho todo especial por tu!

Tenho sentido saudade das nossas conversas... Acho que vou te mandar um e-mail mais tarde, contando as novidades e querendo saber como andam as coisas contigo!

Um beijão!