segunda-feira, 30 de junho de 2008

Marionetes



Nossos lindos e perfeitos dias de escravos.

Vivemos escravizados pelo capitalismo e dependentes de açúcar.
Dependência que destrói o exercício civil de sermos melhores.
Vivemos hipnotizados pelos letreiros luminosos, pelos anúncios de pele seminua.
Nossa base familiar está soterrada nessa sujeira insólita.
As raízes desse mal percorrem as margens, os limites do absurdo.
Quem é mal? O que é mal?
Engolimos esse engodo por muitos apreciados, mas até quando?
Até quando?
A tentativa indecorosa de ser bom leva um homem a loucura, e este
É levado para o hospital dos normais: o hospício.
Quem é mais louco?
Vamos gastar dinheiro e comer nossa imundície!
Vamos viver de forma precária, vomitando para não engordarmos.
Vamos ser modelos, todos nós, modelos em estado de degradação.
Vivemos banalizados e mutilados de nossos desejos, pois deixamos
Uma manipulação imposta hospedar nosso eu.
Vivemos nos matando, pois achamos a morte uma forma de sobrevida.
Ergamos nossas justificativas, enquanto inflacionamos nosso cotidiano...
O roubo é soberano, é uma atitude de sobrevivência? Não sei.
Rir despretensiosamente enquanto a maior parte do povo se esgana...
E ainda te chamam de socialista???
Conspiração?
Vivemos na reencarnados em nosso próprio corpo tentando achar algo de útil,
Enquanto a futilidade suga nossa alma
E a luxúria contorna nossa carne.
30/06/08

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Qual a diferença???


Guerra Civil!

O mundo anda estranho
Hoje, mata-se por discussão de trânsito!!!
O mundo parou estranho.
Distorcido, ferido, difuso, confuso,
O mundo estranhamente esmoreceu.

O mundo anda capitalista demais e pálido como sempre,
A maior epidemia é o ser humano
Que transmite a raiva,
Que transmite a peste “sapiônica”.

O mundo anda barulhento por disparos,
Por corpos caindo ao chão,
Por sirenes de viaturas na contramão,
Pelo silêncio de crianças dizimadas
Em seu vasto campo de concentração.

O mundo “sorri entre os dentes”,
Amarelo e encardido,
Manchado pelo sangue da própria bandeira nacional,
Ausente por excelência
Adaptado,
Baseado em fatos reais.

Choram as mães entre os filhos,
E os soldados civis entulham a paz
Emendam histórias
Desmistificam crises abolicionistas
Enterram a paz ao lado...
O mundo anda muito ocupado!!!

(Rio de janeiro, 26 de junho de 2008)
Alexandre Hallais – Morador do Rio de Janeiro... cidade sitiada pelo medo, pelo terror, pelo caos, pela impunidade, pela demência, pela violência...

Trégua!!!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Solta

Desgraça de bagagem que levada foi
Com a lama nas unhas, removendo
Outros vestígios ainda
Por chegar.
De lágrima a água tirada foi
Embebeu a fino trato entre andaimes de velado calor
“Passado” é a conjugação do futuro
Entre pedaços espalhados
Reunidos pela densa bagagem imposta.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Chegada

Ela se foi:

- Para toda partida há uma chegada... Gritei!

Ela se foi!

Eu tenho esperado, mas por onde anda a saudade?

P.S. - Neste regresso... estranho tanto quanto a pausa, deixo um beijo especial demais para Kari e Marcos... Queridos, amo vocês!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

... continua

Não mais

Queria poder não amar!
Não chorar de medo, quem me dera...
Queria deixar a terra áspera granular por meus dedos
Como quem deixa os dias de desespero enterrado
Nas pilhas de folhas secas varridas anteontem.
A dureza temível por alguns e invejada por mim,
Entrando sem dizer nada,
Sentando em meu semblante,
Emitindo o tom velado de um “surdo”.
Queria não poder...

...

Abortar minhas aparições e tornar-me
Inanimado...

Queria poder!

Apenas desfazer o que nunca fiz
E
O que por fim cometi
Condenar-me sem direito algum...
Queria poder cumprir pena
Julgado por mim,
Preso para não amar
Longe e enclausurado,
Sem as expressões
De um rosto dolorido e cansado.
(hallais, Alexandre – rio de janeiro, 11 de junho de 2008)