Não mais
Queria poder não amar!
Não chorar de medo, quem me dera...
Queria deixar a terra áspera granular por meus dedos
Como quem deixa os dias de desespero enterrado
Nas pilhas de folhas secas varridas anteontem.
A dureza temível por alguns e invejada por mim,
Entrando sem dizer nada,
Sentando em meu semblante,
Emitindo o tom velado de um “surdo”.
Queria não poder...
...
Abortar minhas aparições e tornar-me
Inanimado...
Queria poder!
Apenas desfazer o que nunca fiz
E
O que por fim cometi
Condenar-me sem direito algum...
Queria poder cumprir pena
Julgado por mim,
Preso para não amar
Longe e enclausurado,
Sem as expressões
De um rosto dolorido e cansado.
(hallais, Alexandre – rio de janeiro, 11 de junho de 2008)
quarta-feira, 11 de junho de 2008
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