Hoje eu fui questionado sobre postar algum texto que está no meu livro. Eu não sabia o que dizer, porque não havia pensado nisso. Eu fiquei passeando pela tarde, e olha que meu trabalho é árduo, e decidi postar algo que está no meu livro.
Encontrei com o rapaz mais tarde e argumentei sobre aquela pergunta dele. Ele olhou em meus olhos, bem devagar acendeu um cigarro, os movimentos pareciam lentos... Ele passou a mão em seu cabelo, arrumou o uniforme e disse:
- Queria muito ter seu livro, mas não posso comprar. Meu salário não permite algo assim, mas eu adoro ler.
Amigos, lembrei da minha juventude... das vezes em que peguei meu pai triste por não conseguir pôr dinheiro em casa. Lembrei das bolsas de compras que nossos vizinhos nos davam.
Eu recordei que mal dava para comprar livros didáticos.
Bom, resultado... dei o único exemplar que estava em minhas mãos. Mas fiz de coração e com afeto.
Publicar um livro no Brasil é bastante complicado e não se ganha dinheiro. Você tem que ser famoso, como não sou... o custo é alto demais e lucro não existe. Meu livro é vendido, quase pelo preço de custo. Eu prefiro que as pessoas tenham acesso aaos meus textos. Claro que não vou viver de vento, mas também não vou viver de exploração.
Por esse motivo, hoje, faço uma homenagem a esse cara. Espero que a leitura seja boa brou.
"Confidência
Ele leva teu fôlego através dos dias,
Retocando o excesso de textura do teu rosto,
Medindo um esforço excêntrico,
E há momentos que tua alma pega teu corpo no colo
E você se sente, talvez, extravagante.
Ele ludibria a tua inocência nos intermináveis olhares,
Causando euforia numa lógica exuberante,
Um esforço simultâneo, abundância em acordo mútuo.
Ele cheira a tua sinuada e transforma teu gozo em ordem de grandeza,
Observa tua fuga a lugar nenhum,
Tuas súplicas mentirosas de não mais poder,
Tua meninice em fugir do inevitável.
Ele hasteia teu corpo e desprende força,
Intercalando polegares e indicadores,
Alívio permitido pelas impróprias palavras estimuladas
Repetidas pelo maneio coreografado,
Uma primazia revelada nos braços,
No alto
Da imprudência.
Ele embebeda tua vida e ateia fogo na inteireza do teu caráter,
Uma duração perpétua,
Um imenso indefinido,
Uma verdade escancarada.
Ele escreve insígnias em tua carne
E a liberdade é tua prisão... Tua certeza...Amanhã ele voltará!"
Ele leva teu fôlego através dos dias,
Retocando o excesso de textura do teu rosto,
Medindo um esforço excêntrico,
E há momentos que tua alma pega teu corpo no colo
E você se sente, talvez, extravagante.
Ele ludibria a tua inocência nos intermináveis olhares,
Causando euforia numa lógica exuberante,
Um esforço simultâneo, abundância em acordo mútuo.
Ele cheira a tua sinuada e transforma teu gozo em ordem de grandeza,
Observa tua fuga a lugar nenhum,
Tuas súplicas mentirosas de não mais poder,
Tua meninice em fugir do inevitável.
Ele hasteia teu corpo e desprende força,
Intercalando polegares e indicadores,
Alívio permitido pelas impróprias palavras estimuladas
Repetidas pelo maneio coreografado,
Uma primazia revelada nos braços,
No alto
Da imprudência.
Ele embebeda tua vida e ateia fogo na inteireza do teu caráter,
Uma duração perpétua,
Um imenso indefinido,
Uma verdade escancarada.
Ele escreve insígnias em tua carne
E a liberdade é tua prisão... Tua certeza...Amanhã ele voltará!"
(Hallais, Alexandre - Borboletas que nuncaforam casulos - Rio de janeiro, 20 de julho de 2007)
Fiquem na paz.
Amo meus amigos.
Meu coração está aberto e sou do bem!
Um abraço,
Alexandre Hallais