sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Saciando a sede com água salgada


Saciando a sede com água salgada é um texto sobre gula em amar, ou seja, o peixe é fisgado pelo anzol e morre na proa.
Esse texto demonstra a insensatez do amor, que tenta conseguir e quando acha que ganhou, repara que a a água é salgada. Esse texto mostra um amor morto e ressecado.
Espero que gostem.



"Crie em mim algo de você, porque és bem-vinda,
Aguardo o pouso derradeiro de seus lábios em meu íntimo
E caso não se importe,
Eu te suplico com lágrimas insolentes
Para teu rosto
Não dissipar de minha apreciação.
Cale-me com teu silêncio,
Que assim escuto melhor tua qualidade de bela,
Faça justiça em emaranhar-me ao solo que pisas.
É a exatidão do meu batimento
Que, gravemente, proferi notas nesta caixa
Abalada por ver e não tocar em tão
Suntuosa membrana.
Cale-me por vezes
E
Faça-me engolir tua vida
Teu furor
Que assim meu pranto acalma.
És divina por ser simples, apenas uma mulher,
Apenas um doce suave mascado entre pêlos,
Entre pêlos desejados
Em montagens de romances impossíveis
Ou
Impensados."


Alexandre Hallais

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