Em um sobrado de Santa Teresa
Ele puxou a cadeira de madeira para o seu lado, arrastando a mobília para seu corpo e sentou ao contrário, abraçando o encosto. Deixou o ouvido aberto e escutou sem rebater. Ela andava de um lado para o outro, no segundo andar daquela casa, antiga casa, de tacos. Conforme ela discursava e ele escutava atentamente, o chão emitia um barulho peculiar de madeira cansada, de amor sobreposto. Ele, de vez em quando, olhava para o forro do teto e os remendos da madeira que eram visíveis: os cupins foram extintos há tempos. Ele, com a mão espalmada, alisava a barba, que estava um pouco irregular, ao som do monólogo interminável. Ela não se incomodava em pisar na bainha da calça, muito menos se aborrecia com o sol que adentrava o cômodo através de uma janela antiga com vidro quase fosco.
Até que ele levantou e começou a caminhar até a escada e de pé em pé foi descendo vagarosamente, enquanto a voz o seguia. Ele chegou ao primeiro andar e abriu a geladeira. Fazia muito calor em fevereiro e o bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro fervia. Pegou a garrafa com a mão da aliança e encheu um copo de requeijão até transbordar. Fez o mesmo ao beber e molhou um pouco sua blusa branca com três gaivotas na frente. A voz o seguia.
Ele foi até a janela e olhou para a paisagem. Deixou o mundo penetrar sua audição, em uma tentativa de inibir o passado. Debruçou um pouco no presente e apoiou os cotovelos em espinhos das flores de um vaso de plantas. Deu um passo atrás e fechou as cortinas. Subiu para tomar um banho.
Entrou no antigo cômodo e havia uma calça jogada pela cama. Ele abriu o armário e separou algumas peças de seu parco vestuário. Separou um tênis e despiu-se. Quando se posicionava para chuveirada, tocou a campainha. Ele enrolou-se na toalha e foi abrir a porta. Uma mulher?
A outra entrou e beijou sua boca segurando o seu queixo e soltou uns risinhos. Jogou a bolsa pelo sofá velho e furado e perguntou se ele queria que ela arrumasse um pouco a bagunça. Ele a olhou e deixou o primeiro andar sem expressão definida. Subiu conversando com seus próprios medos e foi enxergando seus pesadelos. Ele passou rápido pelo criado-mudo e a toalha foi caindo deixando seu corpo desguarnecido. Abriu a torneira e deixou a água fria cair solene. Por um minuto, ele deixou a água cair. Saiu em passou rápidos e volumosos d´água e chegou perto do criado-mudo. Empurrou o antigo porta-retrato e deixou-a olhando para o móvel.
Pôs a roupa, mesmo sabendo que o mundo não serviria mais felicidade. Desceu de qualquer jeito. A televisão ligada preenchia o espaço, fazia companhia. Contou os cigarros no maço...
Olhou ao redor e respirou fundo.
Gritaram na rua e ele foi até a porta. Cartas?
Ele pegou o telegrama e leu seu nome. Abriu lentamente enquanto o carteiro descia a rua.
Entrou e sentou no sofá.
Um telegrama ficou no chão de taco.
A tarde foi caindo e o calor dissipando. A antiga porta do sobrado em Santa Teresa foi aberta por um casal de irmãos recém chegados de Florianópolis. Eles estavam cursando Letras na UERJ. A menina pegou o telegrama do chão e pôs em sua bolsa, enquanto o irmão pedia para ela passar sua camisa. Ele abriu as janelas e ela foi para área de serviço lavar suas roupas.
(Hallais, Alexandre – Rio de janeiro, 27 de dezembro de 2007)
Ele puxou a cadeira de madeira para o seu lado, arrastando a mobília para seu corpo e sentou ao contrário, abraçando o encosto. Deixou o ouvido aberto e escutou sem rebater. Ela andava de um lado para o outro, no segundo andar daquela casa, antiga casa, de tacos. Conforme ela discursava e ele escutava atentamente, o chão emitia um barulho peculiar de madeira cansada, de amor sobreposto. Ele, de vez em quando, olhava para o forro do teto e os remendos da madeira que eram visíveis: os cupins foram extintos há tempos. Ele, com a mão espalmada, alisava a barba, que estava um pouco irregular, ao som do monólogo interminável. Ela não se incomodava em pisar na bainha da calça, muito menos se aborrecia com o sol que adentrava o cômodo através de uma janela antiga com vidro quase fosco.
Até que ele levantou e começou a caminhar até a escada e de pé em pé foi descendo vagarosamente, enquanto a voz o seguia. Ele chegou ao primeiro andar e abriu a geladeira. Fazia muito calor em fevereiro e o bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro fervia. Pegou a garrafa com a mão da aliança e encheu um copo de requeijão até transbordar. Fez o mesmo ao beber e molhou um pouco sua blusa branca com três gaivotas na frente. A voz o seguia.
Ele foi até a janela e olhou para a paisagem. Deixou o mundo penetrar sua audição, em uma tentativa de inibir o passado. Debruçou um pouco no presente e apoiou os cotovelos em espinhos das flores de um vaso de plantas. Deu um passo atrás e fechou as cortinas. Subiu para tomar um banho.
Entrou no antigo cômodo e havia uma calça jogada pela cama. Ele abriu o armário e separou algumas peças de seu parco vestuário. Separou um tênis e despiu-se. Quando se posicionava para chuveirada, tocou a campainha. Ele enrolou-se na toalha e foi abrir a porta. Uma mulher?
A outra entrou e beijou sua boca segurando o seu queixo e soltou uns risinhos. Jogou a bolsa pelo sofá velho e furado e perguntou se ele queria que ela arrumasse um pouco a bagunça. Ele a olhou e deixou o primeiro andar sem expressão definida. Subiu conversando com seus próprios medos e foi enxergando seus pesadelos. Ele passou rápido pelo criado-mudo e a toalha foi caindo deixando seu corpo desguarnecido. Abriu a torneira e deixou a água fria cair solene. Por um minuto, ele deixou a água cair. Saiu em passou rápidos e volumosos d´água e chegou perto do criado-mudo. Empurrou o antigo porta-retrato e deixou-a olhando para o móvel.
Pôs a roupa, mesmo sabendo que o mundo não serviria mais felicidade. Desceu de qualquer jeito. A televisão ligada preenchia o espaço, fazia companhia. Contou os cigarros no maço...
Olhou ao redor e respirou fundo.
Gritaram na rua e ele foi até a porta. Cartas?
Ele pegou o telegrama e leu seu nome. Abriu lentamente enquanto o carteiro descia a rua.
Entrou e sentou no sofá.
Um telegrama ficou no chão de taco.
A tarde foi caindo e o calor dissipando. A antiga porta do sobrado em Santa Teresa foi aberta por um casal de irmãos recém chegados de Florianópolis. Eles estavam cursando Letras na UERJ. A menina pegou o telegrama do chão e pôs em sua bolsa, enquanto o irmão pedia para ela passar sua camisa. Ele abriu as janelas e ela foi para área de serviço lavar suas roupas.
(Hallais, Alexandre – Rio de janeiro, 27 de dezembro de 2007)
Mudando de assunto...
Bom, muitos foram aqueles que se inclinaram para contribuir com o Jornal, mas alguns também ressaltaram que idéias parecidas foram extintas pelo esquecimento e a ausência de continuidade.
Quero deixar bem claro que procuro amigos empenhados em reatratar verdade e que tenham o compromisso de escrever as matérias.
Todos estão convidados. Adriano Veríssimo, pode entrar que a casa é sua meu amigo. Claro que faz parte de todos os meus planos.
A Krika ficou de me passar umas idéias, mas também conto com aqueles que estão dispostos a fazer parte deste movimento. Hoje, somos poucos e poucos irão nos ouvir, ou ler. Mas amnhã seremos muitos e capazes de mudar a direção dos ventos.
Gostaria muito de poder contar com todos, mas sei que cada um tem sua vida e seus trabalhos... Até eu fico assim... Trabalho muito e quando chego em casa tenho diversas tarefas, e uma delas é cuidar do meu livro publicado e continuar a escrever o meu romance, mas vou escrever.
Por favor, ajudem-me com idéias... Eu estava pensando em pôr o nome do jornal de " O Posto". Mas vocês podem e devem sugerir outros nomes... Vamos fazer uma democracia e depois votamos o nome.
Precisamos definir as colunas. Com o quê você gostaria de contribuir? O que mais se identifica? Qual o assunto?
Vamos definir as colunas... sugestões... não sou ditador... rsrsrs
A participação social é importante para que a sociedade seja mais justa.
Vou aguardar...
Mudando de página...
Espero que 2007 tenha sido maravilhoso para vocês... O meu ano foi incrível. Meu ano foi recheado de felicidades... Estou muito feliz, pois o saldo foi positivo. Também tem o fato de ter conhecido vocês... Lembra Kari??? Marcos??? Meus primeiros posts??? Obrigado ao casal prodígio... Vocês são demais... adoro vocês!!! Adoro MUITÃO!
Eu amo de paixão a Krika. Sem dúvidas, essa mulher faz uma puta diferença em minha vida.
Honey, I'll never forget you. You're my religion, my faith, my beutiful day.
Todos vocês são primordiais em minha vida e saibam que penso em cada um. Sem hipocrisia, sem querer nada em troca... somente a amizade e o viver bem.
Agradeço as críticas que lançaram... saibam que amo mais as críticas que os elogios. A crítica serve para que eu enxergue melhor e aprimore algo que não sei. Muito obrigado por todas. Sempre serão lidas e postadas, para que possamos compartilhar de um universo bem amplo de idéias.
Não citarei todos, mas todos estão em meu coração. Que 2008 seja um ano incrível e que possamos ver o mundo com nossos próprios olhos. O mundo é bom!
FELIZ 2008!!!!
Um beijo, um sorriso e um abraço...
do amigo,
Alexandre Hallais